30 setembro, 2016

PERC3PTION: Once and for All (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Ao entender dos leigos, tocar metal é a coisa mais fácil que há, pois para quem não gosta ou simplesmente não procura conhecer um pouco mais, a maioria dos subgêneros dentro dele não passam de barulho. Felizmente, eles estão redondamente enganados!

Justamente dentro desses tantos subgêneros é perceptível o talento e os esforços feitos por músicos que estudam continuamente em benefício próprio e coletivo dentro dos projetos em que se engajam.

Agora, seguindo especificamente para dentro do Heavy, onde as guitarras falam mais alto e os vocais podem soar mais doces ou mais agudos, temos no nosso país bandas que destilam uma qualidade musical de cair o queixo! E aqui vos apresento o Perc3ption.

O quinteto paulista, formado em 2007, e que tem em seu currículo concertos ao lado de bandas como MindFlow, Shadowside, Evergrey e Amorphis em grandes festivais mundo à fora, se destaca pelo seu Progressive Power Metal de tamanha qualidade, peso e uma produção de altíssimo nível.

"Once and For All", além de ser um dos melhores álbuns lançados em 2016, é um dos melhores discos da história do metal!

Pesado e agressivo, com boas doses de melodia, o segundo filho apresenta um nível técnico que supera seu antecessor "Reason and Faith", pondo o dedo no emocional do ouvinte, de forma direta, com composições intensas, equilibradas e orgânicas. Um instrumental impecável, beirando à ser épico graças aos teclados orquestrados por Glauco Barros, e agora com a entrada de Dan Figueiredo, a estrutura dos vocais casou perfeitamente com a sonoridade!

Trazendo o talento desses músicos talentosos para as composições, o resultado é devastador, desde a pomposa produção feita pelo próprio Glauco Barros, Guilherme Lima e o auxílio de Edu Falaschi (Almah, ex-Angra) na pré-produção, tudo feito no Perc3ption Studios. Welligton Consoli trabalhou em cima do conceito dado pelo próprio quinteto e deu vida à um ambiente gélido para capa e contra capa, enquanto o encarte é trabalhado em tons de cinza, muito bonito e chamativo.

Tarefa difícil destacar faixas quando disco inteiro é o destaque!

"Persistence Makes the Difference" - Te torna viciado! Uma verdadeira pedrada de Heavy Progressivo e demasiadamente agressivo, ela te faz se perguntar: porque o metal não havia lançado um disco assim antes?

"Oblivion's Gate" - As orquestrações sombrias de teclado abrindo alas para os riffs cravados e azedos de guitarras e ao trabalho forte das quatro cordas. Os vocais se impõem fortemente.

"Rise" - Ahh, esse refrão é de arrepiar! Introspectiva e cheia de melodia, essa faixa é um encaixe matador de riffs, solos, rítmica e vocais.

"Immortality" - Carrega um pouco mais de groove com pitadas do metal moderna, fazendo um dueto de solos espetacular e agressivo.

"Braving the Beast" - A faixa mais longa do disco, onde percebemos tamanho grandeza vinda dos músicos, muita variação rítmica e um trabalho mais extenso da técnica, das nuances mais suaves às mais densas.

"Magnitude 666" - Faixa que ganhou videoclipe, destila densidade e soa bastante agressiva dentro da pegada progressiva, os vocais soam afiados e azedos.

"Welcome to The End" - As lúgubres orquestrações dos teclados apresentam a faixa mais bélica do disco, com um certo tempero levemente agressivo, dosado com cautela para não cobrir tamanho beleza contida na canção.

"Extinction Level Event" - Vem para quebrar o clímax anterior. Altamente agressiva, ela dispõe de elementos mais densos e sombrios despejados em cima de uma ótima cozinha rítmica e dilatada. Faz jus à temática.

"Through the Invisible Horizons" - Finaliza o disco cheia de riffs cerrados, e alterna muito bem entre peso e melodia gerando um Progressivo mais técnico e centrado.

Por fim, não há dúvidas de que o PERC3PTION deu vida à um disco grandioso do início ao fim, um disco que trouxe ainda mais méritos para a banda, que merecidamente é uma das melhores bandas de metal do mundo! Sem mais.

Perc3ption - Once and for All (CD, 2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:

1. Persistence Makes the Difference
2. Oblivions Gate
3. Rise
4. Immortality
5. Braving the Beast
6. Magnitude 666
7. Welcome to the End
8. Extinction Level Event
9. Through the Invisible Horizons


Integrantes:

Dan Figueiredo - Vocais
Rick Leite - Guitarras
Glauco Barros - Guitarras
Wellington Consoli - Baixo
Peferson Mendes - Bateria


Sites Relacionados:
www.facebook.com/Perc3ption

16 setembro, 2016

LOUDER: Take One (EP, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Vindos de Veranópolis (RS), o Louder, é daquelas hordas que cultivam sua semente para ganhar a atenção do ouvinte logo na primeira audição.

O quinteto vem à tona para apresentar seu EP "Take One", um registro que une simplicidade, personalidade e muito trabalho técnico concentrados em cinco composições autorais enérgicas e de grande qualidade.

O EP, que conta com uma produção límpida, é muito bem estruturado e organizado, as faixas apresentam-se de forma orgânica e acabam soando de forma elegante e saudosa.

Uma sonoridade flertando com aquela linhagem Classic Hard Rock, guitarras dosando bem o teor de peso com distorções que não cobrem os arranjos e riffs abafados, refrões que grudam facilmente e o dueto de baixo e bateria que é um verdadeiro impulso de energia para te fazer saltar da cadeira!

Os vocais atuam de forma excelente, que em alguns momentos lembram as músicas mais agitadas do Scorpions e Boston, sempre bem afinados, e claro, afiados! Chamam muita atenção.

Já o design da capa e encarte assinado por Maurício Barbieri (guitarrista) também conta com doses de simplicidade e trabalha em tons escuros, precisando apenas de pequenos ajustes, o que pode ser resolvido no próximo trabalho.

Mostrando profissionalismo, personalidade e uma ótima base rítmica trabalhando individual e coletivamente, o Louder é uma excelente cria à representar esse tipo de música que, tenho a absoluta certeza, que influenciou muitos a conhecerem o rock e o metal mais à fundo.

"Last Memory" e "No More" são os grandes trunfos do disco. Parabéns pela estreia com o pé direto!

Louder - Take One (EP, 2016)
Independente - Nacional

Músicas:

1 – Last Memory
2 – Temple of Desire
3 – Copper’s Synapse
4 – No More
5 – Blind Faith (Part I)

Ouça o EP no Spotify:
spotify:artist:7vdTdBhRkQdfC4cXMf1KBv


Integrantes:
Kid Sangali - Vocal
Gio Attolini - Guitarra e Vocal
Mauricio Barbieri - Guitarra
Ricardo Ledur Gottardo - Baixo
Felipe Saretta - Bateria

Sites Relacionados:
www.facebook.com/LouderRockBand

14 setembro, 2016

WOSLOM: A Near Life Experience (CD, 2016) | Review

Resenhado por Ygor Nogueira.

Se assunto for Thrash Metal, o Brasil não deixa à desejar! Isso porque, não é de agora que nosso país tem sido um celeiro felpudo para grandes nomes do gênero, e isso vem lá dos primórdios da música extrema por aqui.

O veterano de guerra Woslom, um dos nomes mais respeitados e cultuados do gênero, completando seus vinte anos de carreira, é um exemplo nato de que quando o mosh pit começa a girar a primeira coisa que você tem que pensar em proteger é o pescoço!

O quarteto liderado por Silvano Aguilera ressalta claramente que aqui não se tem espaço para brincadeira nem muito menos "tendencionices" da atualidade, pois a rifferama cuspida pela dupla de guitarristas Silvano e Rafael Iak é a medula espinhal do mais castiço Thrash!

O mais novo filho do Woslom, o intitulado "A Near Life Experience" ganha vida como uma furiosa rajada de trovões que abrem céus e infernos para trazer o caos sem dó nem piedade à terra.

Lançado mundialmente pela italiana Punishment 18, e no Brasil pela Shinigami Records, "A Near Life Experience" era alvo de grandes expectativas antes mesmo de virar realidade, pois seu antecessor havia arrematado incontáveis boas criticas e a banda tinha a árdua tarefa de superá-lo. Dito e feito!

As gravações feitas no Acoustica Studios, em São Caetano-SP, contando com a produção da própria banda em conjunto com Danilo Pozzani e teve sua masterização feita por Neto Grous na Absolute Master, e esse grande time de engenharia sonora não deixou barato e trabalhou pesado para encorpar o petardo.

Dono de oito faixas e um cover matador do lendário Bywar, o disco apresenta o quarteto thrasher em sua melhor forma. Rápido, ríspido, ácido e extremamente pesado "A Near Life Experience" bombeia sangue sem parar pelas veias empoeiradas do Old School, com os oito pés fincados na Bay Area e isso é uma característica pessoal do quarteto que acaba deixando tudo ainda mais animal! A energia flui de riffs carrancudos, que grudam no crânio, solos robustos e bem caprichados e uma base rítmica consistente, vibrante e bem colocada dá uma latência feroz à tudo por aqui.

Um outro ponto de destaque são os vocais. Simplesmente impecáveis! Silvano conduz com muita personalidade e tem muita consciência de como e quando fazer, dosando minuciosamente bem cada fraseado. Atualmente, principalmente na terrinha, não me lembro de alguém atuando, também e tão bem, nessa linha marcante em demasia.

Mario Lopez, o artista guatemalteco foi o percursor da capa do disco e chamou atenção por desenvolver um trabalho mais focado em desenhos que digital art. Arte que também traz em detalhes mínimos sobre a banda.

Nós realmente não temos do que nos queixar, pois temos a sorte e a honra de gigantes como o Woslom serem filhos da tão adorada, idolatrada pátria amada, gigantes que acabaram de fincar sua bandeira no pico mais alto da colina do Thrash Extreme Attack, e seu terceiro fruto, "A Near Life Experience", é um dos maiores discos do gênero já lançados desde os anos oitenta! É de cair o queixo!

Ainda preciso recomendar?

Woslom - A Near Life Experience (CD, 2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:

1. Underworld Of Aggression
2. A Near Life Experience
3. Brokenbones
4. Lapses Of Sin
5. Redemption
6. Unleash Your Violence
7. Lords Of War
8. Total Speed Thrash
9. Thrasher’s Return

Ouça no Spotify:
https://open.spotify.com/album/7wHlX9A54utHXH7zru0bh3


Integrantes:
Silvano Aguilera - Guitarras, Vocais
Rafael Iak - Guitarras
André G. Mellado - Baixo
Fernando Oster - Bateria


Sites Relacionados:
www.woslom.net
www.metalmedia.com.br/woslom

11 setembro, 2016

Resenhas: Rebotte: Insurgência (EP, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Há de aceitar que, de fato, dia após dia tem crescido o número de bandas que preferem a sonoridade mais moderna, e apesar da maioria amar fervorosamente o bom e tradicional heavy metal, algumas dessas hordas modernas possuem um ponto diferencial que nos prende à conhecer um pouco mais.

E como não dá o braço à torcer quando a sonoridade te surpreende se destacando das demais? O Rebotte faz isso com o amigo ouvinte, pois o quinteto tem qualidade técnica acima da média e a usa de forma sábia para destilar uma sonoridade raivosa, e assim conquistar sua própria legião de fãs.

"Insurgência", gravado no Flight Studio com a produção de Rogério Oliveira, é o primeiro registro de estúdio do quinteto paulista após quatro anos de seu surgimento, em 2012. O EP composto de quatro faixas e uma intro é lapidado nas vertentes do Death Metal e mesclado com as tendências mais joviais, como Metalcore, e o resultado disso soa simplesmente muito pesado!

O duo das cordas grave pulsando firme e a bateria pegada e bem definida de Ellen War, irrigam  perfeitamente o terreno de uma rítmica forte e coesa, enquanto as guitarras cospem riffs ganchudos e densos, levando grande peso à todas as faixas, além de solos bem dosados em tamanho e consistência.

Os opulentos vocais de Lívia Almeida são esmagadores e dão latência as letras, todas em língua pátria, mostrando que com estudo e dosagem certa, é possível deixar o metal cantado em português poderoso e marcante. Nas faixas "Cicatrizes" e "Amanhecer" é possível notar com nitidez técnica, peso e agressividade transbordarem das composições.

Hugo Silva (Abacrombie Ink) embalou sua arte caótica em um digipack saudoso e de ótimo nível gráfico, o artista captou a mensagem das letras e trouxe para o papel com muito estilo e fúria.

O grupo que arrebenta também em suas performances em shows, mostra em "Insurgência", que o nome Rebotte veio para somar pontos em prol do metal e que qualidade e profissionalismo existe de sobra para isso! Sejam bem vindos.

Rebotte - Insurgência (EP, 2016)
Independente - Nacional

Músicas:

1. Insurgência
2. Cicatrizes
3. Discórdia
4. Amanhecer
5. Existência

 
Integrantes:
Lívia Almeida - Vocais
Bruno Abud - Guitarras
Vitor Acacio - Guitarras
Robin Gaia - Baixo
Santiago Soares - Sintetizadores
Ellen War - Bateria


Sites Relacionados:
www.facebook.com/Rebotte
www.metalmedia.com.br/rebotte

09 setembro, 2016

Resenhas: DIE: II (EP, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

O DIE é aquele tipo de banda que chega pra causar desordem na calmaria, pesado e agressivo, o quarteto paulista da cidade de Botucatu mantém suas línguas afiadas contra a sociedade, a política e a religião, e cospem nelas uma sonoridade raivosa.

Mantendo seu legado, os mascarados mal-encarados retornam para apresentar seu mais recente registro: "II". Sim, eis aqui a proliferação dos bombardeios sonoros desse grupo que executa uma mescla de Crossover com doses de Metal em composições recheadas de peso.

A produção feita por Fabiano Gil, Umberto Buldrini e DIE deu aquela repaginada na música do quarteto que aparece bem mais evoluído tecnicamente em comparação ao seu primeiro EP. O refinamento dado trouxe alguns resquícios de Groove para a linha rítmica que está ainda mais violenta, mesmo usando a simplicidade na hora de compor.

"II", destila em pouco mais de treze minutos de duração, quatro faixas densas, de riffs ríspidos, bumbos calibrados e um trabalho vocal mais pomposo, de timbres urrados, ásperos e agressivos.

De curta duração, o EP inteiro é recomendado, mas "Truth Like Yourself" prende os tímpanos com seu andamento pesado, de riffs cerrados e bateria pegada, e "Religion" ressalta bem a estética em que os vocais vem sendo trabalhados; mais raivosos e coesos.

Thiago D'Angelo encarregou-se de assinar a capa em uma arte simples usando preto, branco e cinza, como se deixasse transparecer o outro lado da banda.

Agora com um trabalho musical mais técnico e esmerado, o DIE assume de vez sua personalidade sem deixar de lado sua essência e estar forte e apto para continuar estalando pescoços em moshpits e para um primeiro full-length!

DIE - II (EP, 2016)
Independente - Nacional

Músicas:

1. Truth Like Yourself
2. Religion
3. Space to Destroy
4. Lost


Integrantes:
Charles Guerreiro - Vocal
Hell Hound - Guitarra
Roger Voorhees - Baixo
Mortiz Carrasco - Bateria


Sites Relacionados:
www.facebook.com/diecrossover
www.metalmedia.com.br/die

Resenhas: Dolores Dolores: ID Superpower (CD, 2014)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Proporcionando uma audição suave, agradável, cheia de feeling e de fácil consumo, a nascida na cidade de Belo Horizonte, DOLORES DOLORES destila de suas entranhas uma sonoridade limpa, orgânica e muito natural em seu segundo disco de estúdio.

O antecessor de "Songs of Experience" (2012), "ID Superpower" (2014) carrega em treze faixas 55 minutos inteiros dessa mescla que une Classic Rock, Hard Rock e Pop para resultar uma pegada latente de Rock Progressivo.

Com uma ótima produção da própria banda, contando com o auxílio de Rodrigo Grilo na engenharia de som, o trabalho impressiona pela cristalização pomposa caindo como uma luva diante da dosagem certa de peso em cada faixa. Composições maduras, recheadas de melodia, harmonia e groove, um instrumental executado com perfeição e criatividade.

Riffs singelos, porém grudentos e que abrem o espaço certo para o encaixe dos arranjos mais saudosos, seguidos de solos bem trabalhados e limpos o tempo inteiro. Sim, as quatro cordas são bem destacadas de grave e a bateria usa mais de técnica para deixar tudo mais veemente.

"ID Superpower" é um disco facilmente recomendado aos amantes da música em geral, desde os mais leigos até os extremistas, e a faixa "Mama Technology" é um prato cheio para convidá-los a conhecerem e deleitarem-se nesse puta disco!

Dolores Dolores - ID Superpower (CD, 2014)
Independente - Nacional

Músicas:

01 – Infant Sorrow (Prelude)
02 – Confused
03 – Behind The Hills
04 – Crystal Ball
05 – Perfect Man
06 – Nothing To Lose
07 – Wainting For A Train
08 – Mama Technology
09 – I Was Wrong
10 – In Spite of Me
11 – Time To Confess
12 – Dramatic Lover
13 – Infant Sorrow


Integrantes:

Wille Muriel - Vocal
Humberto Maldonado - Guitarra
Rodrigo Cordeiro - Baixo
Alessandro Bagni - Bateria


Sites Relacionados:
www.doloresdolores.com
www.roadie-metal.com/press/dolores-dolores

02 setembro, 2016

Resenhas: No Trauma: Viva Forte Até O Seu Leito de Morte (CD, 2016)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Uma banda a mais à investir nas tendências mais modernas do metal, mas acima disso, se destacando por ter em sua composição um ingrediente só seu para soar diferente das demais!

Formada em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, o quarteto carioca No Trauma une em sua música porções de Metal, Hardcore, Djent e Groove para cuspir garganta à fora um Metalcore violento, cheio de pegada, agressividade, peso e consciência musical e lírica.

Em seu debut "Viva Forte Até O Seu Leito de Morte", a banda assume o compromisso de repassar ao ouvinte um material sólido, com letras em língua pátria, consistente do início ao fim e que ressalte bem sua personalidade. Isso porque o trabalho de estreia é daqueles transcendem as expectativas, com sua produção feita pela própria banda no estúdio Aeon Aúdio, em Jacarepaguá-RJ sabendo dosar bem os elementos para resultar uma audição cristalina mas que mantém a brutalidade intacta em todas as doze faixas!

Composições ricas na complexidade de ótimas variações rítmicas e de andamentos muito bem estruturados, encaixados minuciosamente, cada riff ganchudo cravando no crânio como verdadeiras pauladas no cérebro. Os graves das quatro cordas parecem um combustível energético para a linha de bateria que é outro ponto fortíssimo aqui, robustamente animal e bem cuidado, em cada detalhe, fazendo um trabalho em potencial máxima.

O contraste dos vocais de natureza monstruosa! O trabalho feito data uma técnica virtuosa, fazendo bom uso e ótimos encaixes entre as passagens mais extremas e agressivas e aquelas mais melodiosas e suaves, abrindo espaço também à incrementação de nuances do Rap, falando a direta e clara linguagem do gueto.

Tuninho Silva, guitarrista, também ficou encarregado pela parte gráfica do disco e em tons de vermelho e laranja fez um ótimo trabalho de capa e encarte, chamativo também aos olhos.

Brutal e autêntico, "Viva Forte Até O Seu Leito de Morte" possui além de uma qualidade absurda, uma identidade diferenciada das demais bandas do gênero e o No Trauma atrai facilmente até os mais conservadores para conhecer e se surpreenderem com tamanha capacidade técnica e sonora. Disco pra tirar a poeira dos tímpanos!

No Trauma - Viva Forte Até O Seu Leito de Morte (CD, 2016)
MS Metal Records - Nacional

Músicas:

01. Fuga
02. Quimera
03. M.M.A.
04. Massa de Manobra
05. O Chamado
06. Forca
07. Sedativo
08. Demoniocracia
09. Igualdade
10. Algemas do Medo
11. Viva Forte
12. Sawabona Shikoba

Integrantes:
Hosmany Bandeira: Vocal
Tuninho Silva: Guitarra
João de Paula: Baixo
Marvin Freitas: Bateria


Sites Relacionados:
www.facebook.com/NoTraumaOFICIAL/?fref=ts
www.roadie-metal.com/press/no-trauma

01 setembro, 2016

Resenhas: Moby Jam: Sem Juízo (CD, 2014)

Resenhado por Ygor Nogueira.

Há quem ache nem todo subgênero derivado do "metal" sirva para fazer esse tipo de música. Engana-se quem se restringe à esse tipo de raciocínio, pois quando a receita cai nas mãos das pessoas certas, as mesmas fazem com que isso soe bem diferenciado e de bom grado.

É isso que o trio fluminense, Moby Jam, consegue fazer. Apostando em letras cantadas em português, a banda destila, como eles mesmos dizem, um "Rockfreestyle", orgânico e recheado de influências nativas da década de 80 e atuais no seu primeiro disco "Sem Juízo".

O disco gravado no Estúdio Pombo, sob a produção de Elson Braga, em 2014, define a identidade do Moby Jam em oito faixas pesadas mas que também flertam com a música pop e o rock n roll raiz, no pegada balada clássica.

A audição é agradável de cabo à rabo e cativa com facilidade, resultado de uma energia emitida das guitarras balanceadas, carregadas de riffs simples mas vibrantes o suficiente para manter a festa e a diversão garantida.

Faixas como "Sol", "Chuva Ácida" e "Homem de Gelo" são os destaques "desse tipo de música", que para muitos, está morto. Elas provam o contrário, conheça!

Moby Jam - Sem Juízo (CD, 2014)
Independente - Nacional

Músicas:

01 – Purpurina
02 – Sol
03 – Chuva Ácida
04 – Descalabro
05 – Homem de Gelo
06 – Brilhar A Minha Estrela (Da Mais Um)
07 – O Voo
08 – Sem Juízo


Integrantes:
Marcelo Vargas: Vocal e Guitarra
Elson Braga: Baixo
Augusto Borges: Bateria


Sites Relacionados:
www.facebook.com/funpagemobyjam
www.roadie-metal.com/press/moby-jam