27 janeiro, 2017

ARKONA: Vozrozhdenie (Reissue CD, 2004-2016)


Um texto de Ygor Nogueira.

Em termos leigos, mesmo que de primeiro olhar possa parece uma clássica banda de Folk Metal, o quinteto russo Arkona executa, na verdade, uma mesclagem de Metal Extremo aliados com elementos e conceitos culturais e históricos eslavos, fazendo menções à lendas e mitologia pátria.

Usando de uma técnica elevada, o quinteto deixa o Heavy Metal expandir-se à outros ares, fundindo-se com melodias e harmônias mais rítmicas resultando em composições trabalhadas a dedo, gerando um absurdo de detalhes à serem percebidas somente com vastas audições.

Uma sonoridade intensa, sempre em constante evolução, recheada abundantemente por arranjos e instrumentos mais exóticos como {flautas, apitos, gaita, pandeiro, guitarras acústicas e violões}, que sabe com muita destreza usar de tudo isso para fazer com que sua música ganhe, além de epicidade, um peso absurdo e cativante em todas as composições. O que, apesar das faixas chegarem em media cinco ou seis minutos de duração, possibilita um vício tremendo, sem sequer soar enjoativo. Isso é muito bom!

Indo ao ponto, o que mais parece um novo disco de estúdio, é apenas uma regravação de seu primeiro trabalho lançado em (2004), embalado em digipack luxuoso dispondo de uma trabalho gráfico estupendo, que traz ilustrações que aludem à arte tradicional europeia assinado pelo ilustrador Kris Verwimp.

A regravação permitiu uma boa lapidada nas canções, reforçando a potência individual e coletiva do Arkona e fazendo com que uma nuvem pesada e esmagadora paire ao longo do disco. Uma verdadeira tempestade metálica toma de conta de tudo e a brilhantina mescla de paganismo e metal extremo forja em trabalho final estupendo!

O Arkona pode não ter brindado muitos com um trabalho inédito, mas certamente reforçou a paixão de muitos pela a banda, nos entregando uma diamante esmerado e cheio de requintes. Vale muito aderir!


Arkona - Vozrozhdenie (Reissue CD, 2004-2016)
Shinigami Records - Nacional

Músicas:
01. Коляда
02. Масленица
03. К дому Сварога
04. Чёрные вороны
05. Возрождение
06. Русь
07. Брате славяне
08. Солнцеворот
09. Под мечами
10. По звериным тропам
11. Заложный
12. Зов предков


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12 janeiro, 2017

IN FLAMES: Battles (CD, 2016)


Uma resenha de Ygor Nogueira.

O principal percussor do Death Metal Melódico, coisa que muita gente não sabe, mesmo aqueles que são fãs de longa data, o In Flames, que seguiu remodelando sua sonoridade ao passar dos anos, chega ao seu 12° trabalho de estúdio, o intitulado "Battles".

Gravado no West Valley Studios, em Los Angeles, sob a engenharia de produção de Howard Benson (Sepultura, Motörhead, Sanctuary), com co-produção e mixagem por Mike Plotnikoff (Saxon, Scorpions) e masterizado no Sterling Sound, em Nova York, por Tom Coyne (Deicide, Entombed A.D., Mercyful Fate, Pantera, Testament) "Battles" dispõe de uma produção sonora brilhante e de primeira qualidade. Um lapidação cristalina e elegante pra ninguém botar defeito.

Datado de um pouco mais de peso de que seu antecessor, Siren Charms (14), disco que acabou decepcionando um punhado de gente, "Battles" ousa no experimentalismo e abusa de melodias que soam latentes, energéticas, com riffs grudentos e cerrados em cima de arranjos introspectivos e dosados.

O álbum também dá um grande destaque para o trabalho dos vocais, chamando muita atenção com o encaixe de coros, distribuídos de forma inteligente em meio aos refrões. E vale citar que essa ideia não fora usada anteriormente pelo grupo.

Apesar do Metal Alternativo predominar solidamente, percebemos pitadas do Death Metal Melódico que a banda imperava antes, fazendo relembrar tempos de outrora. Faixas como "Drained", que abre o disco, dita latência e exprime riffs ríspidos, cozinha forte e ótimo uso dos vocais, além de seu refrão grudento e solo cativante, apesar de curto. Não exito em dizer que é a melhor do disco!

"Like Stand" pode, de cara parecer sem brilho, mas se você permitir-se algumas audições da mesma perceberá o que a canção pode oferecer. O feeling come solto, principalmente no refrão, trabalhado em melodia e alternância vocal. "In My Room" não carrega nada de tão especial em seu andamento quebrado, bastante encontrado em bandas do mesmo gênero, mas seu solo em dúvidas chama atenção. 

A faixa-título "Battles" soa bem pesada por seus riffs abafados, com um trabalho vocal que mescla entre o ríspido e o límpido. “Underneath My Skin” e “Save Me” também abusam do peso para proporcionar momentos frenéticos e empolgantes.

Apesar da banda atingir apenas à um público especifico desde sua nova fase, em "Battles" o In Flames conseguiu criar um material sólido e esmerado cuidadosamente para degustação. E sim, aqueles que aderem essa nova fase podem parar para conferir o material sem cautela.

In Flames: Battles (CD, 2016)
Shinigami Records - Nuclear Blast | Nacional

Músicas:
01. Drained 
02. The End 
03. Like Sand 
04. The Truth 
05. In My Room 
06. Before I Fall 
07. Through My Eyes 
08. Battles 
09. Here Until Forever 
10. Underneath My Skin 
11. Wallflower 
12. Save Me
13. Greatest Greed (Bônus da Versão Nacional)
14. Us Against The World (Bônus da Versão Nacional)


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09 janeiro, 2017

VADER: The Empire (CD, 2016)


Uma resenha de: Ygor Nogueira.

"The Empire", o novo álbum do Vader, lançado em terras nacionais pela Shinigami Records, tira qualquer dúvida do porque o quarteto polonês ativo há trinta e três anos, é sem dúvidas, o maior nome do metal extremo em seu país, e por que não dizer do planeta!

Tão agressivo quanto antes, o quarteto carrega em "The Empire" a tradicional receita de destilar Death Metal com técnica, estilo, peso e criatividade mesclados com boas doses de Thrash. E com todo impacto que isso causa ainda sobra espaço para encaixe de melodias e de solos esmagadores de guitarra.

Produzido e mixado pelos irmãos  Wojtek e Slawek Wieslawski, fazendo uma excelente modelagem com a engenharia de som, o álbum soa com muita clareza e exatidão, deixando sua mensagem bem clara ao ouvinte e preserva a primordial essência proporcionando uma fácil assimilação. 

33 Minutos bem dosados de uma rifferama estupenda e destruidora, guitarras firmes e cortantes semeadas por uma cozinha carregada e veloz, repleta de técnica e precisão comandadas pelos vocais urrados e caóticos de Piotr Wiwczarek, coisa que sempre foi um dos grandes pontos fortes da banda.

Como não aderir torcicolos severos quando as faixas "Angels of Steel", "Tempest", "No Gravity", "Genocidius", "Feel my Pain" e "Parabellum" surgem carregadas de agressividade, velocidade e violência gratuita!?

Absurdamente matadoras!

Pra fechar e embalar o pacote em grande estilo, ninguém mais ninguém menos do que Joe Petagno assumiu o posto para estampar toda carnificina em forma de arte.

O matador disco "The Empire" ainda traz em sua versão nacional, quatro faixas bônus contidas no EP "Iron Times" além de uma visceral homenagem ao grande deus Lemmy Kilmister, numa agressiva e animal versão da música "Overkill".

O Vader não só respira, mas dedica sua alma e doa seu sangue e suor pela música que fazem. Quando se trata de Death Metal o Vader assume a linha de frente na escala de extremismo e qualidade. Um dos melhores discos do gênero!

Vader - The Empire (CD, 2016)
Shinigami Records - Nuclear Blast Brasil | Nacional

Músicas:
1. Angels of Steel
2. Tempest
3. Prayer to the God of War
4. Iron Reign
5. No Gravity
6. Genocidius
7. The Army-Geddon
8. Feel My Pain
9. Parabellum
10. Send Me Back to Hell
11. Parabellum
12. Prayer to the God of War
13. Piesc I Stal
14. Overkill

Integrantes:
Peter - Vocais, guitarras
Spider - Guitarras
Hal - Baixo
James Stewart - Bateria


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